Carta da Unidade

Iniciamos esse documento dando a ele um aspecto Espiritual. Tudo isso que vivenciamos nesses dois dias aqui, para nós, foi consequência da inspiração e obra do Espírito Santo de Deus. Nós todos, envolvidos desde o início no Freemind – a boa notícia da droga -, fomos apenas canetas nas mãos do nosso Criador, a quem devemos a Escritura dessa estória de Fé, Obra, Solidariedade e, sobretudo Esperança que se tornou e continuará a ser esse Projeto de UNIDADE contra as Drogas. Antes de qualquer coisa, queremos agradecer a Deus e dizer a todos, que essa é uma Obra de Amor, e só aconteceu por Honra e Glória do Senhor e amparada em muita Oração.

Acreditamos, amparados na nossa fé, que a segunda maior inveja do inimigo de DEUS com relação a nós seus filhos, é não possuir um corpo humano. A primeira é não poder chamar DEUS de Pai. Por esse motivo, incansavelmente ele tenta, sempre que pode, destruir a alma, a vida e principalmente o principal templo do Espírito Santo que é o Corpo Humano, que como dissemos, ele inveja por não ter. A DROGA, na Visão Espiritual se configura como o principal instrumento dele para promover esta destruição.

O mal se vale do que tem a mão para poder fazer com que a DROGA chegue às nossas crianças, adolescentes e jovens. Poderíamos aqui comodamente culpar os traficantes, o crime organizado, suas adjacências e permeio, mas acho que nessa tarde, não devemos fazer isso, a não ser reafirmar o que o PAPA Bento XVI disse na sua memorável visita a Fazenda Esperança em 2007 num claro recado de Deus a eles e a quem de alguma forma tem a obrigação de combater e, ao contrario, facilita suas ações e permite que eles provoquem tanta morte e destruição de pessoas, famílias e lares; eles, sem dúvidas, prestarão contas para Deus dessas ações.

Mas se a Droga chega aos filhos pelos traficantes, se faz necessário ter coragem de assumir que antes disso, o egoísmo, a vaidade, o orgulho, o distanciamento entre pais e filhos, a falta de cooperação e a desunião, muitas vezes, leva as famílias a se descuidarem, deixando que seus filhos sejam presas fáceis para as Drogas. Grande parte das famílias, também adoecidas, precisam de ajuda e com fé, força e esperança, devem assumir seu papel fazendo prevenção protegendo seus filhos. Nada previne mais a dependência de Droga do que a presença ativa dos pais na vida de seus filhos. Todos aqui quer sejamos governo, Igreja, entidade civil ou iniciativa privada, precisamos assumir nosso papel e promover mais os valores e as ações que possam fortalecer as famílias, afinal, se é pela deficiência delas e pela falta de vínculo afetivo familiar que muitas vezes a Droga atinge nossos filhos também é nelas que pode nascer a semente principal para a prevenção e superação da dependência.

Quando a desunião se transformar em unidade, quando o imediatismo se transformar em paciência , quando a serenidade se sobrepuser ao desespero e quando a coragem de enfrentar o problema fizer com que os olhos se abram, o problema começa a ser vencido dentro das famílias. Podemos com isso perceber qual a importância dos grupos de apoio como o Amor-Exigente, que se tornam nesses casos instrumento de transformação e vitória de DEUS diante do Mal da Droga.

Na área governamental, existem avanços que não podem ser desconsiderados, tanto na prevenção como no tratamento dos dependentes, no entanto a complexidade do assunto, somada as dificuldades multiplicadas pela ignorância e pelos preconceitos que a drogadição carrega, vemos que a diversidade de propostas e ações impedem que esses avanços sejam mais efetivos.

É importante, sem desmerecer o esforço e a dedicação de muitos dentro dos governos, ter coragem e ousadia para dizer que a falta de políticas integradas entre as esferas municipal, estadual e federal e a visível falta de integração entre as diversas áreas responsáveis, muitas vezes, tiram a potencialidade das ações que acabam se tornando pouco resolutivas, apenas pontuais e/ou de comunicação e visibilidade política. Vivemos em um País, onde às vezes a Comunicação e o Marketing são usados para promover iniciativas que se sobrepõem a eficiência das ações. Acaba sendo mais importante a aprovação popular do que a defesa das pessoas propriamente. O número dos atendimentos sobrepõe a qualidade deles e a própria função que eles têm.

O papel e o número passam a ter mais valor do que seres humanos. No que se diz respeito às Drogas, não há espaço para permitir que isso aconteça, pois se lida com a vida das pessoas e o bem estar da família, coisas que são sagradas diante de Deus.

Não existe uma só entidade que não reclame disso e é importante que nesse momento coloquemos tudo aos nossos governantes e ao poder público que se faz aqui representado. Precisamos parar de nos intimidar ou nos envergonhar diante da importância das pessoas e apenas elogiar suas ações. Somos responsáveis pelas coisas serem assim a medida que o nosso silêncio diante delas os impede de ver aquilo que aflige nossas entidades e movimentos.

Não podemos deixar de aproveitar esse momento para dizer que precisamos contar com a Unidade, com a força e a esperança que a área Governamental pode nos dar. O que aconteceu aqui nesses dois dias, a partir de um encontro com um drogado na rua é um exemplo da força da Unidade e onde se pode chegar quando a união substitui a divisão. Se nós, sendo quem somos, simples cidadãos fomos capazes de promover esse congresso, imaginem os governos o que não farão se conseguirem vencer as divergências que ideologias e posicionamentos políticos podem trazer.

Se nas famílias e nos governos a desunião e as divergências são latentes, no setor do tratamento não é muito diferente. Diversos são os tipos de tratamento e muitas são as metodologias usadas. Todas com a sua eficiência, mas erradamente, muitas vezes se provoca uma oposição entre os tratamentos baseados na Fé e na Ciência que não são necessários. Pior do que ter posicionamentos divergentes é criar oposição quando os objetivos são os mesmos. Que no caso, é a cura e a ressocialização do dependente.

Todos os tipos de tratamento devem buscar esse objetivo. A comunidade Científica deve deixar de ser tratada como inimiga dos tratamentos baseados na Fé e esses tratamentos devem deixar de ser vistos pela Comunidade Científica como método menor. A Fé e a Ciência vieram do mesmo lugar. Definitivamente a Fé não precisa de prova e nem a Ciência merece desconfiança. Unidas teremos um resultado excepcional.

As ferramentas psicológicas desenvolvidas pelo Dr Augusto Cury e apresentadas nesse Congresso se configuram como ferramentas Científicas eficientes, o que não quer dizer que sua aplicação não possa ser feita em tratamentos baseados na Fé, seja ela Católica, Evangélica, Espírita ou Pagã. Essa é a materialização de um exemplo a ser seguido e um paradigma que precisa ser quebrado.

O que é necessário hoje é perceber que a drogadição está explodindo de um lado e, do outro, o setor de tratamento não evolui na velocidade que se precisa. Grandes, médios e pequenos muitas vezes parecem diferentes, quando na verdade são ou deveriam ser iguais. Em todo lugar do mundo, em qualquer setor, o maior deve olhar e proteger o pequeno. No tratamento nem sempre é isso que acontece.

No ano passado nasceu a Confederação das Comunidades terapêuticas e sua diretoria possui membros considerados os melhores no setor de tratamento e suas comunidades terapêuticas figuram entre as melhores em eficiência. Esse é um passo importante, mas é necessário que essa confederação tenha na sua representatividade a segurança e o apoio que os pequenos precisam e clamam.

A fotografia das comunidades ditas pequenas é quase sempre a mesma. A maioria tem um trabalho exemplar, de voluntários e quase sempre sem recursos financeiros e técnicos. A maioria nem tem formação jurídica e por esse motivo, sua gestão financeira é difícil e amadora. Apesar disso, são geradoras de emprego como um empreendedor de iniciativa privada. São empreendedores sociais com foco no bem estar da sociedade e por ter voluntários e poucos funcionários, a capacitação para melhorar o atendimento é mais complicada.

Não se pode falar em melhora de tratamento no Brasil enquanto isso não mudar. A demanda é enorme e isso porque a maioria dos que se drogam ainda nem pensam em se tratar.

É preciso vencer as barreiras da divergência, do ciúme, do orgulho e da vaidade que atrapalham e atrasam a eficiência desse setor que vive entre divisões que colocam em lados opostos aqueles que precisavam estar de mãos dadas.

Em nossa opinião, é nessa área que o FREEMIND está trazendo avanços que no futuro serão reconhecidos. Primeiro apresenta uma melhor prática que pode ser usada em qualquer metodologia de tratamento que são as ferramentas desenvolvidas pelo Dr Augusto Cury e que gratuitamente foram distribuídas aqui.

Em segundo lugar, entendemos que a participação do SEBRAE como instrumento de qualificação, treinamento e desenvolvimento de ferramentas de gestão financeira e administrativa vem de encontro a uma necessidade latente que aqui mesmo já descrevemos. A pesquisa que está sendo desenvolvida e a capilaridade que o SEBRAE tem poderão trazer a esse setor em curto e médio prazo um benefício marcante.

O nosso Congresso se aproxima do final. Falamos de família, de governos, de comunidades terapêuticas, Clínicas de recuperação, dependentes químicos, prevenção, tratamento, ressocialização de dependentes, grupos de apoio às famílias e etc., mas na verdade, seja qual for o tema, dentro dele encontramos Divisão. Isso precisa mudar.

A palavra DIABO vem do Latim: DIABOLO. E sua tradução significa DIVISÃO. A desunião se configura como instrumento de promoção do mal.

Não podemos nos esquecer de que a principal separação que o mal quer alcançar é nos separar de DEUS.

À medida que, capacitados por DEUS, usando os dons que ele nos deu, formando comunidades, movimentos e fazendas de recuperação que se tornaram Suas maravilhosas obras, permitimos que a divisão entre nas nossas ações, estamos cometendo erro mais grave do que os traficantes cometem.

O Freemind não é apenas um congresso, nem tão pouco um livro a ser distribuído aos participantes. O Freemind vem para promover a unidade, a solidariedade, cobrar responsabilidade, quebrar paradigmas, respeitar pensamentos contraditórios e transformá-los em crescimento.Vem se tornar um instrumento de aproximação dos desiguais, um promotor da harmonia e principalmente um defensor da Unidade em Deus contra o mal que é a divisão .

Depois de tudo que vivemos nesses dois dias, temos a obrigação de sair daqui com um novo conceito a ser seguido que tem mais haver com o proceder do que com o defender.

Se assim o fizermos unidos em torno daquilo que pactuarmos, tendo aprendido a discutir de forma respeitosa as divergências que sempre vão existir, teremos conquistado um caminho sem volta na Luta contra o Mal da DROGADIÇÃO.

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